A epilepsia é um problema que pode acometer os cães e é bem mais comum do que se pensa. Ocorre em consequência a uma descarga elétrica no cérebro que faz com que o animal fique, momentaneamente, sem coordenação e sem controle dos movimentos voluntários. Essas descargas são denominadas de convulsões.

A epilepsia pode ser tanto de origem genética quanto adquirida. Normalmente, os cães portadores de epilepsia genética, manifestam o problema antes dos três anos de idade. Algumas raças, como o poodle são mais pré-dispostas a apresentarem a epilepsia de origem genética.

A epilepsia adquirida pode ter origem em diversas causas. Entre elas podemos citar algumas doenças hepáticas, doenças hormonais e doenças infecciosas além de traumatismos cranianos (acidentes, pancadas) ou quadros de intoxicação grave.

Os animais acometidos, independente da origem do problema, podem manifestar convulsões em graus variados. Podem ser leves, com o cão apenas salivando (babando) com movimentos desordenados de cabeça, até um ataque com sinais mais evidentes. O cão cai no chão (geralmente de lado), saliva, movimenta as pernas como se estivesse pedalando ou tentando se levantar. O ataque pode levar de segundos a alguns minutos.

 O animal deve ficar em observação após um primeiro episódio e só será medicado no caso da convulsão ter sido muito violenta ou estar ocorrendo de forma frequente (várias em curto período de tempo).

Após a constatação de que o animal sofreu um ataque, o mesmo deverá passar por uma série de exames na tentativa de se identificar a origem do problema. Cães com os exames normais são classificados como portadores de epilepsia genética.

O tratamento consiste em controlar os episódios epiléticos através do uso de anticonvulsivantes por toda a vida. Animais com doenças prévias devem ser tratados para o problema primário e a necessidade do uso de anticonvulsivantes será analisada pelo médico veterinário. Animais que apresentam crises leves esporádicas normalmente são apenas observados clinicamente.

Ter um cão epilético não é um fato raro. Devemos evitar o cruzamento de animais com essa anomalia, para que não haja uma perpetuação da doença. O cão epilético, embora tenha que tomar medicamento por toda a vida, é um cão que pode ter uma existência próxima ao normal.

Dra. Vanessa Mollica Caetano Teixeira
Médica Veterinária – UFV
Especialista em clinica e cirurgia – UFV
Mestrado em Cirurgia – Unesp – Jaboticabal
Capacitação em cirurgia ortopédica – UFV