Adequar um segundo cão a família exige planejamento e técnica. É muito importante que a adaptação seja bem feita. A primeira regra do processo é reduzir gradativamente, durante os 10 dias que precedem a chegada do novo animal, o excesso de atenção conferida ao cão que já mora na casa. Isso, não significa ignorar a sua existência, mas estabelecer mais limites e normas, como evitar o recebimento de carinho após ter praticado um comportamento negativo.

Outro ponto crucial do processo de aceitação, é estabelecer regras mais rígidas durante os passeios. Ao sair para passear, o proprietário nunca deve permitir que o animal passe pela porta na sua frente. Além disso, é necessário impor um ritmo ao passeio e não deixar que o cão decida aonde ir e nem por quanto tempo ficar cheirando um poste por exemplo. Essas medidas “informam” ao animal que ele não está no comando e que deve aceitar a decisão dos seus donos, o que contribuirá na sua aceitação do segundo cão.

No dia da chegada do novo animal, é necessário que o primeiro cão tenha liberado as suas energias antes de realizar a aproximação entre eles. É recomendável que o primeiro cão realize um passeio prévio por longo tempo até que demonstre sinais de cansaço. A apresentação entre os animais deve ser feita fora de casa, em terreno “neutro”. Ambos devem estar seguros por guias e mantidos onde eles possam se olhar a uma distância segura. Depois, gradualmente, a aproximação pode ser feita, para que os cães se cheirem e interajam.

A rotina é questão de adaptação, mas é fundamental que os proprietários controlem a parceria entre os animais, evitando que o convívio se torne uma constante competição.

Texto baseado nas orientações da especialista em comportamento canino, Soraia Mergulhão.

Dra. Vanessa Mollica Caetano Teixeira
Médica veterinária – UFV
Especialista em clínica e cirurgia – UFV
Mestre em cirurgia – UNESP – Jaboticabal
Capacitação em cirurgia ortopédica – UFV