Hoje na medicina veterinária, as patologias ortopédicas têm sido diagnosticadas e tratadas com grande freqüência. Dentre as doenças mais comuns, está a ruptura do ligamento cruzado. Pode acontecer em virtude de traumas ou até mesmo pela fadiga progressiva das estruturas do joelho. Essa ruptura também acontece nos humanos e é a lesão mais comum que acomete os jogadores de futebol.

O ligamento cruzado é um dos ligamentos que ajudam na estabilização do joelho. Na verdade, ele impede que o joelho se movimente de maneira exagerada para frente ou para trás. O seu rompimento, além de produzir instabilidade, facilita o aparecimento de processos degenerativos das articulações (artrose).

Os cães de raças grandes, como o Labrador, o Golden Retriever, o Rottweiller, Bernese Mountain Dog, American Pit Bull Terrier, Chow Chow e Husky Siberiano, são os mais predispostos a desenvolverem o problema. No entanto, também existem casos em animais de raças pequenas principalmente nos Poodle Toy. O risco de rompimento pode acontecer em qualquer fase da vida, mas é mais comum em animais de meia idade, entre 4 e 8 anos e naqueles animais agitados e que gostam de pular.

Algumas alterações na conformação do animal podem predispor a ruptura do ligamento cruzado, mas outros fatores, como o sedentarismo e a obesidade também devem ser levados em consideração. No cão a causa secundária a processos degenerativos articulares e do próprio ligamento é mais comum do que a causa traumática, como ocorre no homem.

O animal apresenta sinais de dor, manqueira, alterações no modo de andar, intolerância ao exercício, diminuição do apetite e falta de apoio no membro.

O diagnóstico é realizado através de um exame denominado de teste de gaveta, e é definitivo, mas o exame radiográfico também pode auxiliar no fechamento do diagnóstico. Além disso, o raio-x pode determinar se já ocorreram lesões secundárias na articulação do joelho em conseqüência do rompimento do ligamento.

O tratamento é cirúrgico e os resultados são satisfatórios, desde que diagnosticado cedo, pois o grau de alterações secundárias como a artrose influi diretamente no pós-operatório.

O pós-operatório envolve repouso e fisioterapia. A maioria dos animais retorna a atividade física normal após três meses de cirurgia.

Dra. Vanessa Mollica Caetano Teixeira
Médica veterinária – UFV
Especialista em clínica e cirurgia – UFV
Mestre em cirurgia – UNESP – Jaboticabal
Capacitação em cirurgia ortopédica -UFV