As cadelas têm a maior incidência de neoplasia mamária dentre todas as espécies de mamíferos. Os tumores mamários caninos constituem aproximadamente 52 % de todos os tumores que afetam as fêmeas desta espécie, sendo que a metade destes são considerados malignos.

Os tumores afetam principalmente cadelas com idades compreendidas entre os 6 e 10 anos. Não existe uma predisposição racial evidente, embora as raças de caça pareçam ter uma maior predisposição para esta patologia.

A ocorrência de neoplasias depende de fatores genéticos, ambiental e hormonal. Cadelas castradas ainda jovens estão menos sujeitas a desenvolverem neoplasia mamária em comparação aquelas não castradas ou operadas após a ocorrência de diversos cios. Medicamentos a base de hormônios como os anticoncepcionais também aumentam o risco de desenvolvimento de câncer mamário nessa espécie. Os últimos pares de mamas são mais acometidos por estarem sujeitos a maiores estímulos hormonais e/ou traumas advindos dos membros posteriores.

O tamanho do tumor pode variar, desde pequenos nódulos com 0,5cm de diâmetro até tumores com mais de 15 cm no seu maior diâmetro Geralmente, o rápido crescimento, a invasão local dos tecidos e a ulceração são características de tumores malignos.
Tumores malignos das glândulas mamárias podem gerar metástases por vários órgãos, sendo os nódulos linfáticos regionais e os pulmões os mais afetados.

A classificação da neoplasia é realizada através de biopsia sendo a cirurgia o tratamento de eleição para a maioria dos tumores mamários caninos.

O prognóstico da cadela acometida vai depender principalmente da realização de um diagnóstico precoce e da instituição de um tratamento o mais rápido possível. Animais com evidências de metástases possuem um prognóstico ruim.

Dra. Vanessa Mollica Caetano Teixeira
Médica veterinária – UFV
Especialista em clínica e cirurgia – UFV
Mestre em cirurgia – UNESP – Jaboticabal
Capacitação em cirurgia ortopédica – UFV