“Resolvi reproduzir esse texto sobre a eutanásia para que muitos proprietários e infelizmente também alguns profissionais veterinários e alguns práticos da área, pensem a respeito desse tema. Muitos animais têm sido “sacrificados” por motivos torpes e principalmente por atos egoístas da natureza do ser humano. Já passou da hora da sociedade se civilizar.”

Dos procedimentos da clínica veterinária, o mais difícil, é sem dúvida, o da eutanásia. Mesmo porque, cuidar da saúde dos animais é o objetivo do médico veterinário.

Em alguns casos, a única conduta para garantir o bem estar do animal é a eutanásia, método tecnicamente aceitável e cientificamente comprovado de cessar a vida. Essa deve ser realizada de acordo com normas e princípios éticos definidos pelo conselho de medicina veterinária.

A principal necessidade da eutanásia ocorre com animais portadores de enfermidade incurável, sob o ponto de vista médico, e sujeitos a sofrimento incontrolável.

Entre os princípios básicos que regem a eutanásia, tem destaque o elevado grau de respeito aos animais durante o procedimento. Desconforto, dor, medo e ansiedade devem estar ausentes ou ser reduzidos ao máximo, buscando-se a inconsciência imediata seguida de morte.

Para o bem dos próprios animais, o diagnóstico da eutanásia é atribuição privativa do medico veterinário, que só deve indicá-la se todas as demais alternativas foram tentadas sem sucesso. A presença do medico veterinário é obrigatória durante o procedimento. É também atribuição exclusiva do veterinário atestar o óbito do animal.

Os métodos de eutanásia aceitáveis pela normatização do conselho federal de medicina veterinária são aqueles que cientificamente produzem morte humanitária. Há também mais de uma dezena de métodos considerados inaceitáveis, de aplicação proibida. O desrespeito a essa e a outras normas da resolução do conselho de veterinária, implica na possibilidade do medico veterinário responder a processo ético profissional e de pessoas desabilitadas de responder a processo por crime de maus tratos.

A eutanásia é antes de tudo, um ato de compaixão. Deve ficar claro que a eutanásia de um animal doméstico nunca é indicada para apenas solucionar problema do proprietário e não do animal. Também não recebem indicação do procedimento animais com enfermidades passíveis de tratamento ou que estejam apenas senis. Pelas responsabilidades envolvidas, assumir um animal doméstico deve ser sempre um ato consciente de toda a família.

Texto Baseado em artigo publicado na revista Cães e Cia número 398.

Dra. Vanessa Mollica Caetano Teixeira
Médica Veterinária – UFV
Especialista em clinica e cirurgia – UFV
Mestrado em Cirurgia – Unesp – Jaboticabal
Capacitação em cirurgia ortopédica – UFV