A Leishmaniose Visceral é uma doença grave e de fácil transmissão, tanto para os cães quanto para os humanos. É causada pelo protozoário Leishmania, transmitido pela picada de pernilongos infectados. Os pernilongos responsáveis pela transmissão são cientificamente denominados de flebótomos e popularmente conhecidos como mosquito palha ou cangalha. O cão é considerado o principal reservatório da doença no meio urbano, mas não o único, já que animais silvestres e mesmo o homem, podem atuar como reservatórios.

A transmissão se dá através da picada do mosquito palha. Quando o mosquito está contaminado com o protozoário da leishmaniose, ele transmite a doença no ato da picada. A pessoa ou animal contaminado irá transmitir a doença para outros mosquitos “saudáveis”, sempre que forem picados, continuando o ciclo de transmissão.

Os sintomas no cão são bastante variáveis, sendo comum o aparecimento de lesões de pele acompanhadas de descamações ao redor dos olhos, na ponta das orelhas e na ponta do focinho, perda de peso, lesões nos olhos, atrofia muscular e, em alguns casos, o crescimento exagerado das unhas Em um estágio mais avançado, há o comprometimento do fígado, baço e rins, podendo levar o animal à morte. Devido à variedade e à falta de sintomas específicos, o Médico Veterinário é o único profissional habilitado a fazer um diagnóstico preciso da doença. É importante ressaltar que há um grande número de animais infectados que não apresentam sintomas clínicos (assintomáticos). Esses animais podem ficar até sete anos sem apresentar sintomas, mas infelizmente, mesmo sem sinais, estão infectando os pernilongos “saudáveis” quando são picados.

Pela doença não ter cura e somente controle que exige idas constantes ao veterinário e exames de rotina durante toda a vida do animal, o governo brasileiro adotou uma postura de proibir os veterinários do nosso país de tratar cães com leishmaniose (essa doença é tratada com sucesso em todo o mundo e inclusive em países como Espanha e Portugal). A conduta exigida pelo ministério da saúde é a eutanásia de todos os animais positivos! Por isso, especialmente no caso da leishmaniose, a prevenção é o método mais eficaz.

Já existe no mercado há alguns anos uma vacina contra a Leishmaniose Visceral Canina. A vacina confere proteção superior a 92% e já protegeu mais de 70.000 cães vacinados em todo o Brasil. Além da vacina, existem repelentes próprios para manter os cães afastados dos pernilongos. Outro método preventivo é sempre manter quintais e jardins muito limpos, pois o mosquito palha é atraído para lugares de muita vegetação. Na hora de atuação do mosquito que vai desde o entardecer até o amanhecer, pessoas e animais podem se proteger ficando sempre dentro de locais telados e com repelentes para o ambiente. A educação da população quanto à posse responsável e controle de natalidade canina e o emprego de medidas de saneamento básico também são excelentes métodos de proteção.

A prevenção é o caminho mais simples para evitar doenças. Consulte o seu veterinário e descubra mais sobre essa doença que está invadindo a nossa região.

Dra. Vanessa Mollica Caetano Teixeira
Médica veterináriaEspecialista em clínica e cirurgia – UFV
Mestre em cirurgia – Unesp

3 respostas

  1. Prezada dra Vanessa, resido no MS, região com grande incidência de leishmaniose. Sempre fiz uso do frontline para evitar pulgas e carrapatos em minha cocker, no entanto hoje utilizei o pulvex pour-on, que além de bem mais barato, promete repelir os mosquitos palha. Gostaria de saber se este produto é tão bom quanto o frontline para pulgas e carrapatos e também se posso utilizar em conjunto com ele a coleira scalibor.

    Obrigada,

    Fabiola.

    1. Oi Fabiola,
      O Pulvex por ter uma formula mais antiga, já não é mais tão eficiente para pulgas e carrapatos. No entanto, ele realmente é repelente do mosquito palha, propriedade que o Frontline não possui. Para evitar a Leishmaniose, o correto é sempre unir no minimo duas medidas preventivas e uma das melhores é o uso do pulvex a cada 21 dias aliado a uso continuo da coleira scalibor que deve ser trocada a cada 4 meses.
      Dra. Vanessa

  2. Olá, Dra. Vanessa.
    Tenho uma amiga que tem um cachorro com leishmaniose.O animal é aparentemente muito bem tratado/cuidado por ela. Esse animal é levado para tomar banho em pet shop. Haveria risco para os demais cachorros desta Pet? E para as pessoas
    que frequentam esta Pet? E, até mesmo para quem trabalha no banho/tosa deste estabelecimento?

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